PEDAGÓGICO

AÇÃO SUPERVISORA NO COTIDIANO ESCOLAR


". . . é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática."
"É necessário disponibilidade para mudar." Paulo Freire


As discussões que ocorrem nos ambientes educacionais têm sido muito variadas. Dentre elas, procuramos entender o conceito de educação, que tipo de educação necessitamos para este novo milênio, que aluno queremos formar, tendo em vista o sentido da vida humana, e como o profissional de educação pode contribuir para as transformações necessárias no atual contexto social.
Entretanto, o processo de reforma educacional que tem sido desenvolvido nos últimos anos introduziu várias mudanças tanto na estrutura e organização dos sistemas, como no nível dos sentidos que orientam as ações educativas.
Portanto, temos que ter consciência do papel da escola. Para isso, necessitamos de um trabalho pedagógico que resgate a qualidade do ensino, superando as vontades pessoais exigindo vontade político-educacional para dar conta do processo. Faz-se necessário, então, que todos os segmentos da Unidade Escolar estejam envolvidos e não somente isso, mas que estejam participando e determinando os caminhos desse processo. 
Pensar na ação supervisora, é também pensar na maneira como esse profissional conduz seu trabalho no contexto escolar. Para isso, o supervisor dever criar um clima participativo de trabalho. As comunidades se constroem com e pelo diálogo, a Pedagogia de Paulo Freire não há como não mencionar a importância de Freire na contrução desse trabalho. Em seu livro Pedagogia do Oprimido, Freire afirma "Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo". 
Entendemos, assim, que supervisão escolar deve ser vista como ação, comprometida com um fazer coletivo, em defesa de uma proposta compartilhada de trabalho. Não há como, atualmente, trabalhar voltado para o individualismo, pois as dificuldades provocadas por fatores externos acarretam reflexões que só poderão ser discutidas um clima/ambiente de participação.
Como a escola é um projeto coletivo e compartilhado de trabalho, a atuação do supervisor fica, nesse projeto, num plano muito importante, viabilizando-se por um meio de trabalho em conjunto com o professor.
Para que se conceba uma ação supervisora integradora, articulando todos os profissionais, propiciando a totalização do processo educativo, criando condições para que todos os envolvidos colaborem para o alcance dos objetivos educacionais com os quais estão todos comprometidos, é necessário que o pilar "aprender a viver juntos" seja internalizado pela equipe, o que nos mostra que "é desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências - realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos - no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz" ( Delors, 1999, p. 102), que consiguiremos antender às necessidades que levam ao ideal educativo.
Sendo assim, se a escola é uma instituição que tem por finalidade ensinar bem à totalidade dos alunos, o supervisor escolar deve criar espaços que favoreçam novas relações no seu interior, para que cumpra a sua função: os alunos aprendam e sua formação, como cidadãos, seja comprometida com a transformação da sociedade.
Cabe a nós, supervisores, a tarefa magna de planejar, acompanhar e avaliar, melhorando diante das necessidades, garantindo, assim, a eficácio do processo educacional e a efetividade dos resultados.

Lúcia Maria Giostri Cardoso e Janete Ribeiro Loureiro
Prática educativa, Formação do Professor e Política Educacional.
p 47 - Aracruz, ES FACHA, 2000.



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